quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Os fios da nossa vida

"Toda vez que amamos uma pessoa lançamos, por assim dizer, um fio de nossa
energia sobre ela, o que cria uma conexão viva entre os dois campos
vibratórios, mesmo à distância. Dessa forma, sentimos quando ela não está
bem ou quando pensa em nós intensamente.
Projetamos esse fio de conexão também sobre os amigos, as pessoas que
gostamos, os projetos que temos; toda vez que nos identificamos com alguém e
alguma coisa, lançamos nela uma parte de nossa energia, criando o vínculo.
Da mesma forma, quando odiamos alguém ou temos medo de algo, também nos
ligamos energeticamente, mesmo sem querer. Quantas vezes ouvimos falar de
pessoas que durante anos e anos ficaram presas entre si pelo ódio, sempre
realimentado, sem conseguir seguir adiante na sua vida…
As situações mal resolvidas no passado formam muitas vezes uma rede de fios
que carregamos nas costas (à imagem dos cães que arrastam na neve os trenós
nos países gelados ) – continuamos arrastando as lembranças e culpas pela
vida afora – e empenhando tanta energia nisso que pouco sobra para estarmos
disponíveis para o presente. Ficamos, literalmente, amarrados ao passado.
Vivemos, assim, em meio a uma rede de fios que nos liga às pessoas,
situações, ideais, medos, lembranças e esperanças.
Esse vínculo pode ser muito prazeiroso em certas situações, como quando
amamos; mas quando o contato termina, muitas vezes sentimos que uma parte de
nós ficou com o outro. Embora estejamos nos referindo aos sonhos e
expectativas, isso ocorre realmente em termos energéticos.
É necessário puxar o fio de volta, resgatar a energia que ficou projetada
sobre o outro, e Integrá-la novamente em si mesmo. Voltar a estar inteiro.
O perdão é uma forma de fazer isso. Ao perdoar o outro, abrimos mão de toda
expectativa lançada sobre ele e com isso trazemos de volta toda a nossa
energia que com ele estava – seja sob a forma de amor, mágoa, raiva ou
desejo de vingança. Ao liberar o outro, nos libertamos também.
Da mesma forma, ao resolvermos internamente alguma situação do passado -
aceitando as coisas da forma como aconteceram, mesmo que não tenha sido da
maneira como esperávamos – recebemos de volta a energia lá investida e que
até aí estava paralisada.
Ao fazer isso, fecha-se a brecha, e nos tornamos mais completos novamente. O
que o outro faz não nos afeta mais. O que aconteceu é passado. Nos tornamos
mais atentos ao presente. E, principalmente, mais disponíveis para a vida.”

By Sonia Weil

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