sábado, 13 de novembro de 2010

Gato que brincas na rua

Gato que brincas na rua
Como se fosse na cama,
Invejo a sorte que é tua
Porque nem sorte se chama.


Bom servo das leis fatais
Que regem pedras e gentes,
Que tens instintos gerais
E sentes só o que sentes.


És feliz porque és assim,
Todo o nada que és é teu.
Eu vejo-me e estou sem mim,
Conheço-me e não sou eu.


in Cancioneiro, Fernando Pessoa
Foto: Andy Wharol

1 comentário:

  1. Pois é, temos de aprender a ser felizes, como os gatos. Tirar da cabeça as ideias de caca com que nos formataram, de que para sermos felizes temos que ter um PC mais rápido do que um F16, um LCD maior do que um campo de futebol, um carro com mais cavalos do que a coudelaria de Alter... enfim, sentir só o que sentimos e não aquilo que fica bem dizer que sentimos.
    Miau. lool

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