terça-feira, 20 de setembro de 2016

Há uma ano atrás....


....dia 08 de Setembro 2015 estava eu na maternidade de Cascais a "parir" o meu filhote.

 


Dei entrada ao final da noite de dia 07 para passar lá a noite "no hotel" e logo de manhã do dia 08 me induzirem o parto...eram 3h e tal da matina quando comecei a sentir dores, eu rebolava na cama até que já estava mesmo incomodativo, chamei a enfermeira que me deu um ben-u-ron...ya right...não fez efeito e as dores começaram a aumentar, estava com contracções na zona lombar, nada na barriga. O chavalo esperou até à última para resolver sair lá da minha barriga, estava-se bem lá dentro! E ainda bem que ele não esperou pela indução pois dizem que as dores são piores!


Então eram 5h da matina fui transferida para o bloco de partos onde me deram logo a epidural. Ainda deu para dormir, o pai da cria apareceu às 8h, esteve comigo ali ao meu lado, enquanto eu acordava com dores e dormitava logo de seguida...ele foi almoçar e a mim deram-me uma gelatina! Uhhuuu bem boa!!!!


Pedi para tomar um duche, a água a escorrer-me nas costas soube-me pela vida, até que vem uma enfermeira ver se estava tudo bem porque ao que parecia eu estava ali há imenso tempo...nem dei por isso!!!


Os turnos mudaram uma e duas vezes, até que me apareceu uma enfermeira que eu não gostava dela, foi a tal que me deu entrada na noite anterior e não gostei das maneiras brutas como falou para mim e para o pai do meu filho e muito menos quando começou a falar mal da minha obstetra (mauuuu não falem mal de quem eu gosto que eu viro bicho), então quando a vi entrar e vi que era ela a minha parteira, comecei a entrar em pânico. As águas rebentaram, estava na hora eram 17h e tal, as dores cada vez mais intensas apesar das 3 doses de epidural.

Pedi ao pai do meu filho que tirasse aquela enfermeira dali, ela dizia-me para fazer força se não tinha de chamar os médicos de serviço, eu já aos berros disse-lhe que não conseguia sentir onde devia fazer força (a epidural deixa-nos dormentes) e ela que chamasse reforços, eu só não a queria ali.
Ela chamou, eram 2 médicas e uma data de enfermeiros, retiraram o pai dali para outra sala e trouxeram a ventosa. Eu comecei a gritar, a chorar e espernear em pânico, aquela posição era horrível porque só tinha dores na zona lombar (e que dores). Entretanto cortaram-me e eu senti-me que não estava ali (foi uma sensação que não era eu, deixei de as ouvir e não sei se eu chorava ou se gritava...não sei...não estava ali).

Afinal o meu baby tinha o cordão umbilical à volta do pescoço e depois também não conseguia sair porque os ombros não queriam passar...eles é que são os profissionais e lá mo tiraram. Eram 17:54h, 4050kg e 54cm de baby!!! Ele vinha roxo, teve que ser logo aspirado e nem o tive nos meus braços, foi para a incubadora aquecer durante uma hora. Entre ele sair e ser aspirado e entrar na incubadora ao meu lado, eu não chorava, estava ali e não tirava os olhos dele, olhava em redor e via as enfermeiras todas cansadas a sair uma a uma. Uma das médicas foi dar a noticia ao pai e a outra ficou a cozer-me. algo que demorou uns escassos minutos, a mim, pareceu-me uma eternidade. Vi a minha placenta, horrorosa, aquilo parecia uma alforreca. Tudo em volta estava cheio de sangue, parecia um matadouro, eu tinha uma hemorragia mas elas conseguiram estancar, eu já não sentia nada, só observava e estava aos poucos a voltar a mim. O bebé foi visto pela pediatra e estava óptimo, só precisava de restabelecer a temperatura e o meu primeiro pensamento foi: ele nem sabe chorar tadinho, tão lindooooo.

Limparam-me toda, mudaram-me de cama, de repente o matadouro estava imaculado e cheiroso. Chegou o pai com os olhos em lágrimas, e deu logo a noticia a toda a família e amigos, até que finalmente o meteram nos meus braços, já vestido, inchado, mas para mim o meu maior amor e o bebe mais lindo do mundo!


Às 22h e tal o pai teve de sair e eu após ter jantado uma sopa transferiram-me para o meu quarto onde tinha uma vista para a serra de Sintra.


Fui tomar outro duche e vestir a minha roupa, devia ser quase meia-noite...estava estafada mas não me importava de observar o meu menino no seu berço de hospital. Ele tinha fome, eu dava-lhe peito, ele chorava eu não sabia o que fazer, até que a enfermeira disse: deite-se com ele ao lado do seu corpo, ele vai acalmar-se e você também precisa de descansar, assim foi...o meu anjinho sempre dormiu comigo até aos 4 meses, era um descanso, eu não me levantava de noite, se ele tivesse fome tinha logo ali as mamas ao seu dispor!




4 comentários:

  1. SuperSónica, até me vieram as lágrimas aos olhos, revi-me tanto neste teu relato.
    Parabéns mais uma vez.
    Um grande beijinho

    (a M nunca gostou de chucha - nem com aero-om - nem de biberon nem de outro leite que não fosse o meu. mamou até aos 2 anos! :)

    ResponderEliminar
  2. são os momentos mais bonitos que nós temos em toda a nossa vida!

    ResponderEliminar