quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Zona de Conforto

"A chamada zona de conforto condiciona imenso a nossa acção: ao invés de nos lançarmos no desconhecido, que não sabemos se irá correr bem, optamos por ficar no nosso cantinho a pensar "para mal nunca pior e, pelo menos, isto já sei como é". O problema é que não sair da nossa zona de conforto coloca-nos permanentemente na contingência do mesmo. Do hábito. Da redução da capacidade de arriscar e do crescimento pessoal. Estes factos geram falta de motivação e, sem esta, não conseguimos evoluir. Estagnamos. Perdemos confiança em nós. E até nos outros.

E de repente a vida passou. E temos 30, 35, 40, 45, 50, 60 anos. E descobrimos que não fizemos nada por nós! Porque ficámos agarrados ao consolo (tantas vezes fictício) da zona de conforto. Não nos lembramos do nosso nascimento. Mas essa experiência está impressa nas nossas células. E foi, de facto, a nossa primeira grande experiência de saída da nossa zona de conforto. Essa marca estará em nós para sempre e é determinante. Contudo, não estamos condenados: como refere Jean-Paul Sartre "o importante não é o que fizeram de nós, mas o que fazemos com o que fizeram de nós".

Ou seja, está em nós a capacidade de dar a volta. Mas estamos muito pouco despertos para agir nesse sentido. Até porque, quanto mais tentamos remar contra tudo o que nos incutiram ao longo da vida, mais estamos a entrar no desconhecido, a sair da zona de conforto. Temos liberdade para o fazer mas isso assusta-nos.

Vamos então tentar perceber o que podemos fazer para ir saindo da nossa zona de conforto. Pode começar por coisas tão banais como optar por um trajecto diferente na ida para o emprego; tomar um café num local não habitual; vestir o bikini que acha que a faz gordinha; ou dizer a um desconhecido: posso sentar-me na sua mesa para tomar um café? Atreva-se! Não se esconda do mundo. Ele está cá para si.

E tenha coragem de cometer erros. Vai ver que é bom! Comece por situações que, a causarem erros, sejam pouco importantes. Se errar, óptimo! Está a aprender. Se nunca enfrentar as suas limitações, se nunca sair da sua zona de conforto, nunca vai saber se teria sido capaz de...! Já imaginou chegar lá à frente e pensar:"Se eu não tivesse tido receio a minha vida teria sido diferente". Sabe que a maioria dos nossos medos não se concretiza? Ao invés de pensar no que pode perder, pense antes que, se isso se concretizar, pode originar a grande oportunidade da sua vida."

By Teresa Marta in Revista "Saber Viver"

5 comentários:

  1. Viver um dia de cada vez, sempre com conta, peso e medida. Porém, nunca deixar de fazer! Porque a pior sensação é a de nunca se ter feito determinada coisa. E fica-se sempre, se isto, se aquilo. Tortura.

    Kiss

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  2. eu ando a aprender isso! calma, eu lá chego!

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  3. Ai que este texto parece ter escrito de propósito para a minha pessoa! Não que queira ser presunçosa... mas sou daquelas pessoas a quem custa muuito sair da zona de conforto... x)

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  4. já o disee algures e repito-o aqui: sou um tipo desconfortável como o caraças!!! :p

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  5. Se não fosse uma citação, ia perguntar se andavas a treinar para vender enciclopédias eheheh.
    Ninguém disse a essa gaja que a tal zona de conforto de que ela fala como se fosse algo negativo, pode ser uma opção de vida como qualquer outra?
    Era aqui que vinha aquela parte de vender enciclopédias (ou seguros, que vai dar no mesmo lol). Impingir um modo de vida a outra pessoa, é achar que a nossa filosofia de vida é a certa e os outro são uns calhaus que compram a enciclopédia ou o seguro que lhe enfiamos pelos olhos.
    Estas teorias eu comparo-as com aquelas ideias que estiveram muito na moda, nos anos 70/80 de que se podia ensinar os pais a criarem os filhos mediante um manual, como se estivessem a criar frangos, quando afinal a paternidade e a maternidade existem desde sempre e sempre é muito, muito antes da invenção da escrita.
    A propósito: quem é esta Teresa Marta? eheheheh

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