segunda-feira, 13 de abril de 2015

Nunca imaginei na minha vida....


...um dia vir a presenciar a morte de uma grande amiga....

Ela estava a melhorar quando teve uma recaída, começou a piorar de dia para dia até que teve uma pneumonia....
A semana passada foi induzida em sono, sedada até ao tutano, ainda nos reconheceu...ainda consegui falar com ela e ontem quando parecia que estava a melhorar de novo, eis que teve uma nova recaída. Chegámos ao hospital e estava pior. Esperámos quase que a velar a cama dela, com muita fé e esperança que melhorasse...pois sim...no meio do respirar dela onde se ouvia a expectoração, de repente, parecia que estava a entrar em apneia...qual apneia qual quê...ficou sem pulso.
Fodasse
Nem queríamos acreditar. A mãe dela foi a primeira a dar conta e foi a correr chamar uma enfermeira. Esta declarou o óbito e já as minhas lágrimas me escorriam desalmadamente pela cara abaixo.
Fodasse
Uma mulher jovem, que lutou com todas as forças contra o maldito cancro, que tinha uma garra e força para viver descomunais, e sim, o cancro já estava a regredir....morreu assim silenciosamente e com muita morfina no corpo.
Fodasse
O desespero das filhas, da mãe, do marido, das sobrinhas...as mãos dela que ficaram logo brancas como a cal e que logo parecia uma boneca de porcelana. É esta a cor da morte. Não sabia, nunca antes eu tinha estado ao pé de um corpo morto, já fui a velórios mas nunca entrei lá dentro e nunca fui a um funeral, nunca imaginei estrear-me agora, logo agora...
Fodasse
Ela estava contente por mim e eu disse-lhe, na minha linda esperança que ela ainda ía ver o meu filhote quando ele nascesse...afinal não...
Não estou revoltada com Deus, nem com a vida. Apenas estou super triste. Mas sei que agora acabou-se o sofrimento dela.
Fodasse
Já tenho saudades dela, das nossas conversas diárias ao final da tarde, dos nossos jantares de grupo, dos conselhos dela, das noites de rock, das gargalhadas, das caipirinhas....

Descansa em paz, minha querida...e olha por nós de onde quer que estejas.



Esta foto tireia-a lá no hospital, cá fora ao pé da cafetaria, após meia-hora dela ter falecido. E os passarinhos ainda cantavam...





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